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Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

domingo, 6 de janeiro de 2013

sobre estar do lado de fora ou não deixar ninguém entrar;

Minhas mãos estão cansadas, não tenho mais onde me agarrar, tudo já se foi: amizade, carinho e amor. Não há mais por que lutar. Minhas mãos estão cansadas,  não vou mais lhe segurar. Vou deixar que você se vá... Procure o seu caminho: Eu aprendi andar sozinho,  isto foi a muito tempo atrás, mas ainda sei como se faz. Minhas mãos estão cansadas, não tenho mais onde me agarrar. Não vou mais lhe segurar, vou deixar que você se vá...
Eu sempre vivi a parte de tudo, sabe? Estava lembrando da minha época do colégio e... Eu era a freak nerd, magrela e sem sal. Defino sempre como "o patinho feio", por que explica muita coisa, mesmo quando ainda era criança. Sempre a parte. Sempre do lado de fora. Quando você é criança você quer entrar, e eu até entrei durante um tempo, mas fui banida pelo bulling aos doze. Você lembra. E depois quando me deixaram entrar eu já não precisava mais daquilo: não queria fazer parte do grupo. E nunca mais quis. Ainda hoje, eu não faço parte de nenhum grupo, estou do lado de fora e sozinha. Não parece meio... deprimente?

Depois dessa constatação, lembrei de uma conversa do meu irmão sobre ter dificuldade para fazer amigos, e me colocou no meio disso. Mas só hoje que fui ver que ele cometeu um erro ali: O fato de eu preferir ficar sozinha em casa não quer dizer que eu tenha dificuldade em fazer amigos: Eu sou boa nisso, quando quero. O problema - ou não! - está aí: É difícil eu querer.

Em 2011 resolvi que estava na hora de conhecer gente nova, e entrei em Beaux - bom, devagar com o andor sempre, bem mais fácil conhecer e lidar com gente através de um fórum de RPG - e conheci umas pessoas legais que talvez levarei pra vida. Talvez não. Nada é certo, você bem sabe. Mas já no final de 2011 eu descobri que aquela pessoa não era eu: rodeada por muitas pessoas, todas te tratando como amiga, como se realmente fossem... Não é meu mundo. Então, em 2012 abracei meu lado antissocial e.... Acho que não conheci ninguém novo. Não que eu lembre, no mínimo ninguém importante. E foquei na família, pelo menos posso me orgulhar disso em 2012: eu não estive do lado de fora dessa vez, não dentro da minha casa. Me envolvi em assuntos familiares que nunca tinham me importado antes.

Sabe que agora paro pra pensar e como diabos não me importei antes? E é esse o negócio todo: quando você começa a se importar... Leva pra vida. E eu não me importo muito com os outros - além do círculo fechado que é a minha família. Bitch selfisch. É, eu sei.

Um exemplo bom é, bem... Você sabe. Mesmo o tendo banido da minha vida, e não tendo mais toda aquela carga emocional desastrosa... Eu me importo. Me importei de verdade uma vez e devo levar pra vida, pelo jeito. E daí eu paro e penso, Hans: Eu deveria me importar mais com as pessoas que estão nessa vida? Será que eu consigo? 

No final das contas não é que eu sempre estive do lado de fora, Hans. Na verdade, eu sempre estive no lado de dentro, mas nunca deixei ninguém entrar. 

E não sei se quero que alguém entre. 
E enquanto isso, as portas continuam fechadas.
C.G.




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